Devaneios da Madrugada

Com a cabeça repousada na vidraça da janela eu acendo um cigarro. Dou um trago e preencho meus pulmões com a fumaça, apago o cigarro e penso que não devo render-me a este vício. Eu gostaria de dizer que a noite está fria e aconchegante, mas não está! Faz um bom tempo que não me recordo de ter uma noite assim...
Fascinada com as estrelas, eu poderia estar pensando nos problemas da vida. Que estou recém-formada e desempregada, que meu sedentarismo me consume por puro luxo de estar só em casa. Mas só consigo pensar em quando é que foi que me apaixonei pela solidão, porque é que ela me parece tão agradável?!
Minhas madrugadas são regadas a café e algumas poesias mal feitas, alguns romances baratos para fantasiar e essa minha amiga solidão, sempre ressurge para me afagar...
Reacendo o cigarro e permito que seja apenas um, afinal, chega de devaneios por hoje.